Repensando a Educação
O processo de educação de uma pessoa deveria ser algo estressante? Os estudantes devem sentir-se sob pressão no que se refere ao aprendizado? Qual o padrão para os formados serem considerados prontos para o mundo adulto?
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Por Andrea G. Schwartz
04 de dezembro de 2006
O processo de educação de uma pessoa deveria ser algo estressante? Os estudantes devem sentir-se sob pressão no que se refere ao aprendizado? Qual o padrão para os formados serem considerados prontos para o mundo adulto?
Como educadora domiciliar por quase metade da minha vida, tive o benefício de selecionar nosso próprio currículo e definir nosso próprio cronograma de aprendizado. Eu sabia, através de pesquisas, o que vinha na próxima fase dos meus filhos e organizava o programa de estudos de forma que eles estivessem prontos para entrar na sua próxima etapa. Às vezes a jornada era mais tranquila que outras. Com o passar do tempo, eu tomei como regra e prioridade em nossa educação domiciliar que a passagem para o próximo nível de um assunto somente aconteceria quando o nível anterior tivesse sido dominado. Isso às vezes significou que minha filha ainda estava fazendo a 5ª série de matemática enquanto cursava a 7ª série. E daí? O que importava era que ela entendesse e conseguisse aplicar o material, não quanto tempo levou ou exatamente em que momento ela o entendeu. Nossa cultura enfatiza quando algo foi entendido em vez de se realmente está compreendido. (Costumo fazer a analogia de que a maioria dos adultos, quando interage entre si, não se importa com que idade o outro aprendeu a usar o banheiro; basta ter aprendido! Mesmo assim as mães super “estressam” esse marco, como se qualquer atraso trouxesse consequências catastróficas. Eu me pergunto com que frequência isso é impulsionado pelo desejo de matricular seus pequenos em uma creche).
Não é incomum ver estudantes do ensino médio desenvolverem úlceras por causa dos deveres escolares, aulas AP (do inglês Advanced Placement – curso preparatório para estudantes do ensino médio participarem de processos seletivos das universidades nos Estados Unidos e Canadá) e da “necessidade” de terem sucesso. Muitos tornam-se obcecados na sua busca por alcançar notas altas no SAT (do inglês Schoolastic Assessment Test – exame aplicado aos estudantes para permitir o ingresso em universidades americanas) e serem aceitos nas “melhores” instituições. Entretanto, eles geralmente não têm ideia de como apresentar uma boa apologética para sua fé cristã, e são completamente ignorantes sobre a história da igreja. Isto não é tão surpreendente, pois seus pais geralmente estão no mesmo barco. Terminamos com pessoas cristãs que sabem mais sobre o mundo do que sobre sua fé. Então, não deveria surpreender que quando confrontadas com decisões sobre quem eleger para cargos políticos, ou quais políticas devem ser implementadas e quais devem ser contrapostas, elas não têm uma orientação bíblica a partir da qual proceder. Assim, ficamos com “tudo como está”, apesar do fato de morarmos em um país com tantos cristãos professos que afirmam crer na Bíblia de capa a capa.
Por que temos permitido que o aprendizado seja sequestrado pelo conceito humanístico, no qual as notas determinam as capacidades da pessoa, e que entrar para a escola “certa” serve de medida para o quanto a pessoa vale? As escrituras nos ensinam a buscar primeiro o reino de Deus e sua justiça, então tudo o que precisarmos nos será acrescentado.
Parece que muitos aceitaram uma resposta falsificada à pergunta: O que devo fazer com minha vida?
O ingrediente que falta em tudo isso é uma carência de entendimento do chamado. O que é exatamente chamado? Simplificando, o chamado de alguém é a forma específica que o Senhor escolheu para cada indivíduo particularmente glorificá-Lo e desfrutá-Lo para sempre. Nesse sentido, é vital que os jovens tenham a chance de se desenvolverem de acordo com seus dons e inclinações, dentro de um contexto de educação cristã autoconsciente. No processo de educação, o estresse e a ansiedade não precisam ser a norma, nem noites mal dormidas e dias regados a cafeína.
Como seria uma sociedade onde o foco dos jovens não fosse centrado na escola, mas dentro e com suas famílias na preparação para se tornarem adultos úteis? A educação domiciliar nos permite uma visão microcósmica. Ainda assim, não é hora de repensarmos os detalhes da educação?
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Fonte Texto Original: https://chalcedon.edu/blog/rethinking-education
Tradução: Tahuana Sousa – Equipe Educalar
Revisão do Texto: Alessandra Martins – Equipe Educalar
Fonte Imagem: Canva Educalar
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