Técnicas de Estudo: O ambiente de estudos.
O lugar em que realizamos nossas práticas de estudo nem sempre são escolhidos intencionalmente; ou, mesmo quando o fazemos, não aplicamos critérios muito claros e bem elaborados.

Por Hugo Matias
Um importante psicólogo chamado Kurt Lewin explicava o comportamento como uma função da relação entre pessoas e ambientes – C=f(P,A). Sua fórmula é simples de entender, porque as pessoas agem no espaço e no tempo. Não apenas isso, mas o seu comportamento resulta da interação entre suas características pessoais e aquelas da situação social e física em que se insere. Assim, o que fazemos em nossos momentos de estudo também sofre o efeito de quem nós somos, de onde estamos, e quando. Por hora, nosso foco não é o conjunto de nossas características pessoais, mas o ambiente, isto é, o efeito do ambiente sobre nosso estudo.
O lugar em que realizamos nossas práticas de estudo nem sempre são escolhidos intencionalmente; ou, mesmo quando o fazemos, não aplicamos critérios muito claros e bem elaborados. Não é verdade que muitas vezes estudamos no ônibus a caminho da universidade, ou de casa? Não é verdade que às vezes nos jogamos em algum lugar da casa para estudar? Em meio à nossa própria bagunça ou a de mais alguém? Ou simplesmente nos deitamos em nossas camas e “estudamos” até que adormecemos? Talvez o melhor ocorra quando decidimos estudar na biblioteca da universidade e, mesmo assim, nem sempre isso expressa o nosso entendimento de tudo no ambiente que pode favorecer ou dificultar a nossa aprendizagem.
Graetz (2006) nos lembra:
(a) o estudo e a aprendizagem têm lugar em ambientes concretos, com características físicas quantificáveis;
(b) que a nossa relação com esse ambiente não é apenas passiva, pois reagimos, buscamos nos acomodar e muitas vezes mudamos o ambiente segundo nossas necessidades e objetivos; por fim,
(c) que respondemos ao ambiente com nossos afetos, pensamentos e ações. Por isso, o ambiente físico é um fator determinante na qualidade do estudo e no aproveitamento que obtemos dessa prática.
Condições ambientais da prática de estudo
Então pensemos o nosso ambiente de estudo segundo alguns parâmetros bem simples de avaliar.
A iluminação
A iluminação do ambiente tem sido estudada em seu impacto sobre acuidade visual, a realização de tarefas diversas (o que inclui a leitura), sobre a satisfação obtida em certo ambiente etc. (McCoy, 2002). Em primeiro lugar, a iluminação de um ambiente produz efeitos fisiológicos observáveis. Um ambiente mal iluminado pode causar sono, estresse e dores de cabeça. Isso porque ele produz efeitos em nosso sistema nervoso e endócrino. Pela mesma razão, ambientes bem iluminados podem promover conforto e boa disposição ao trabalho.
Por esse motivo, devemos planejar adequadamente:
1. o tipo de luz (geralmente, boa combinação de luz natural e artificial é o mais indicado);
2. a posição das fontes de iluminação em relação à nossa própria posição para o estudo (para que não haja incômodo por causa de reflexos, sombras ou coisa parecida);
3. a intensidade da iluminação – para que não seja deficiente ou excessiva.
Um aspecto interessante relacionado à iluminação envolve as cores de nosso espaço de trabalho (Figueiredo, 2005). As cores frias (como azul e verde) são calmantes e favorecem a atenção e a concentração, assim como causa a percepção de que há mais espaço disponível. Por essa razão, são ideais para o ambiente como um todo (paredes, por exemplo). No entanto, elas podem ser compensadas por cores quentes e fortes para os detalhes do ambiente (como a mobília e os materiais de trabalho), com o fim de que o ambiente possa ser enriquecido pela diversidade.
Por fim, a presença de janelas também traz vantagens:
(a) permite a renovação do ar por meio da ventilação natural;
(b) permite contato com a iluminação natural e a percepção do ciclo dia/noite;
(c) pode oferecer uma paisagem agradável. Todos esses elementos até aqui apontados podem oferecer satisfação com o ambiente de estudo.
A Temperatura
Outra importante variável ambiental é a temperatura. Embora não se possa estabelecer um ideal válido para qualquer pessoa, é certo que o desconforto térmico prejudica o desempenho por ser outra fonte de estresse ambiental. Manejar a temperatura nem sempre é fácil por causa do modo como interage com a ventilação e umidade. Como essas três variáveis são inseparáveis (temperatura, ventilação e umidade), recomenda-se atenção a elas em conjunto.
O ruído
O ruído é, talvez, a variável ambiental com a qual as pessoas mais se preocupam, e com razão. Certamente, ele interfere em diversos processos cognitivos, o que inclui a aprendizagem e a criatividade (Bronzaft, 2002). É claro que há pessoas que preferem estudar enquanto ouvem música e pessoas que não se incomodam de estudar em ambientes coletivos. Isso apenas nos lembra que o ruído é um fator de estresse em um sentido muito subjetivo.
Mesmo assim, podemos afirmar que algumas características do ruído são geralmente estressantes:
(a) quando ele é imprevisível e variável, distrai a atenção, gera tensão e estresse;
(b) quando a fonte, a natureza ou a intensidade do ruído reduz a percepção de controle do ambiente por parte de seu usuário. Este último aspecto do fenômeno é tão importante quanto interessante. A voz humana tem um potencial diferenciado para causar distração e deve ser evitada. Uma mesma música tocando enquanto alguém estuda pode favorecer ou dificultar a atenção: ela pode favorecer se é controlada pela própria pessoa, e dificultar quando é percebida como fora de seu controle. Portanto, é recomendável não o silêncio absoluto (que pode até ser estressante), mas que o ambiente seja tal que possa ser controlado pelo ocupante quanto à ocorrência, duração, intensidade e natureza do ruído nesse ambiente.
O Layout
No ambiente de estudo, o layout e a mobília também têm uma importante contribuição. A mobília mínima para uma situação de estudo será uma cadeira e uma mesa. Tanto a mesa deve ter as dimensões mínimas que permitam a disposição adequada dos materiais de estudo, espaço de leitura e escrita etc., quanto a cadeira, que também deve ter dimensões mínimas de modo a permitir a acomodação confortável do estudante; aliás, não apenas em suas dimensões (altura e largura, presença de braços etc.), mas também no material de que é feita.
Por fim, o formato da cadeira deve ser ergonômico, isto é, adequado às exigências da forma do corpo humano. Por exemplo, ela deve permitir que as pernas estejam dobradas em ângulo de pouco mais que 90o e que a coluna fique perfeitamente ereta, o que certamente incluirá o pescoço.
A mesa deve ter uma superfície plana de modo a permitir confortavelmente a escrita (caso não seja, se pode usar alguma superfície adicional como apoio), e ainda permitir a acomodação de outros materiais e instrumentos úteis a prática do estudo.
Um item importantíssimo é a interação entre mesa e cadeira: ela deve permitir ao estudante visualizar o seu material de estudo em ângulo adequado (no caso de um livro, a inclinação ideal é de 45o em relação à superfície em que está apoiado). Para isso, alguns outros acessórios também poderiam ser úteis, como um apoio para leitura ou coisa semelhante. Também existem acessórios de apoio para os pés que poderiam ser úteis. Algum tipo de armário ou estante também poderia ser de grande ajuda.
Na verdade, manter o ambiente de trabalho bem organizado pode ajudar de diversas maneiras:
(a) nos permite acesso fácil a qualquer material no momento em que dele necessitamos;
(b) melhora as chances de que esse mesmo material seja melhor preservado;
(c) torna o ambiente de trabalho visualmente mais agradável, limpo e estimulante.
O controle sobre o ambiente
Há uma fonte de estresse ambiental que deve ser considerada como importante. Já vimos como é necessário buscarmos ambientes sobre os quais possamos exercer alguma medida de controle e como isso tem efeitos psicológicos e práticos muito positivos. O controle sobre esse ambiente deve ser também sobre as outras pessoas que têm acesso, senão ao cômodo da casa onde nós estudamos, mas ao menos ao espaço físico que delimitamos como sendo nosso ambiente de estudos, mesmo que estejamos em ambientes públicos como uma biblioteca. Neste último caso, de maneira geral, são as pessoas que gerenciam a biblioteca que devem se ocupar de garantir as condições ambientais mais amplas que favoreçam o estudo. Mesmo assim, ainda podemos escolher, na própria biblioteca, entre os ambientes que estão mais ou menos vulneráveis ao estresse da interrupção, por outros, do que estamos fazendo. Na verdade, instintivamente, preferimos o fundo da sala, preferimos os cantos, e tudo isso nos serve muito bem. Em casa, devemos também buscar espaços sobre os quais possamos ter o mínimo de controle sobre o acesso, pelo menos em nossos momentos de trabalho e estudo.
Talvez ainda não esteja claro até aqui, mas o ambiente de estudo deve ser também um ambiente onde alguém deseja estar. Isso é importante porque muitas vezes é um lugar onde essa pessoa pode passar horas, com frequência diária a ele. O estudante, por essas razões, deve se apropriar de seu ambiente de estudo, o que significa transformá-lo, adaptá-lo aos seus fins e, principalmente, de um espaço de estudo, transformá-lo em um lugar de estudo. Assim, compreender a ideia e a necessidade de apropriação (Cavalcante & Elias, 2011) é fundamental para o entendimento do que é um ambiente de estudo. Por isso, além de ter controle sobre esse ambiente, ele também deve ter a possibilidade de personalizá-lo, torná-lo seu por meio de objetos pessoais, sinais que demarquem o seu território e estabeleçam o caráter privativo de seu uso. Isso tornará o ambiente atrativo ao seu usuário. No entanto, nem sempre é possível, pois muitas vezes trata-se de um ambiente compartilhado. Neste caso, alguns objetos pessoais dessa espécie podem ser portáveis e podem ser carregados com o estudante.

Prática de estudo e manejo do tempo
O ambiente de estudo, portanto, é de grande importância porque interfere em processos psicológicos diretamente relacionados com a qualidade do estudo e com os seus resultados, a saber, a atenção, a motivação, as condições concretas da ação etc. Dentre as condições ambientais que devemos buscar para tornar nossas práticas de estudo mais proveitosas também está o uso que fazemos de nosso próprio tempo.
Em algumas situações, tomar o tempo como um recurso a ser gerido pode ser bastante útil, e é assim com os estudos. O tempo de que dispomos é limitado pelos ciclos em que a nossa vida está circunscrita, desde aqueles que se relacionam com a estrutura social dos cursos em que estamos inseridos (o calendário letivo nos impõe ciclos semestrais e anuais), até aqueles que se relacionam com a nossa própria fisiologia (nossa necessidade de alimentação e sono nos impõem ciclos semanais e diários de atividade e disposição). Também é preciso lembrar que a nossa disponibilidade de tempo também interage com a disponibilidade de outros recursos, como a nossa própria energia e resistência física e psicológica. Assim, a racionalidade exige que planejemos as atividades também em função do tempo.
De maneira geral, as instituições de ensino superior têm calendários e os apresenta aos seus estudantes. Os itens importantes desse calendário devem ser incorporados a um calendário pessoal do estudante (matrícula, trancamento, inscrição em programas etc.). Esse calendário deve ser colocado em lugar visível para o estudante, por exemplo, em seu lugar de estudos, ou pode ser inserido em uma agenda do estudante. Do mesmo modo, os professores de cada componente curricular costumam divulgar cronogramas próprios das disciplinas que ministram (testes, visitas técnicas, entrega de trabalho etc.). Os itens desses cronogramas também são importantíssimos e devem ser incorporados ao calendário e à agenda dos estudantes. Acessando constantemente os itens de seu próprio calendário, os estudantes podem se manter atentos e se preparar adequadamente para as atividades que o calendário de todo o curso e de cada componente acadêmico preveem. Aliás, além dos itens já mencionados, nós devemos manter em nossas agendas a indicação de cada atividade de estudo a ser realizada por nós mesmos como preparação para esses itens. Por exemplo, se temos em nossa agenda uma atividade de avaliação, devemos também indicar atividades preparatórias, como leituras, grupos de estudo, realização de exercícios e coisa semelhante.
Em nossa agenda haverá atividades eventuais e também atividades regulares. As atividades regulares devem ser, em geral, indicadas semanalmente. Essa agenda semanal incluirá os momentos de aula e de estudo. Uma agenda assim transformará as nossas atividades de estudo em rotinas. Portanto, preparar uma agenda de atividades semanais é, na verdade, conceber uma rotina.
As rotinas são de extrema relevância, porque promovem:
(a) ordenação de nossas atividades;
(b) previsibilidade de nossas ações;
(c) controle e monitoramento de nossos esforços. Quando conseguimos ordenação, previsibilidade e controle sobre nossas ações, isso implica muitas vantagens.
A melhor maneira de construir uma rotina é dispor, numa matriz de dupla entrada, colunas com os dias da semana e linhas com os horários do dia. As células assim produzidas serão preenchidas com as atividades regulares de aulas, estudo, exercícios etc., mas também pausas e atividades de recreação. Uma rotina assim montada deve prevenir dois equívocos: negligenciar as atividades regulares e negligenciar nossas necessidades de descanso e divertimento. Esses dois tipos de lembrete são muito importantes, pois os dois contribuem para as boas condições de aproveitamento de estudos. A rotina não precisa ser rígida e inflexivelmente observada, mas também não pode ser ignorada. Ela deve funcionar como um parâmetro racional para tomada de decisão que sempre será necessária.
Para a elaboração da rotina, devemos levar em consideração alguns critérios que envolvem:
(a) julgamento de prioridades;
(b) características e exigências do curso;
(c) nossas características pessoais.
Quanto às prioridades, quaisquer conselhos poderiam ser temerários, já que essa é uma tarefa que envolve valores profundos. No entanto, sempre se pode recomendar o esforço por tornar claros os valores mais importantes e em seguida o compromisso com as atividades pelas quais esses valores podem ser alcançados. Se as atividades de estudo são compatíveis com valores importantes, a nossa rotina deve expressar isso na relação dessas atividades com outras. Quanto às características do curso, há cursos mais exigentes, outro menos exigentes, e dentro desses cursos, componentes curriculares mais exigentes ou mais difíceis e outros, menos; há cursos que exigem mais leitura, outros em que se exige maior domínio prático sobre certos procedimentos, outros ainda que exigem treinamento mais consistente em cálculo e assim por diante. Isso também deve ser expresso em nossa rotina. Geralmente gastamos mais tempo com o que é mais exigente ou difícil, e menos tempo com o que é menos exigente ou mais fácil. Muitas vezes, as pessoas confundem esse critério e pretendem gastar mais tempo com uma atividade ou tarefa com que se sentem mais à vontade e isso pode não ser útil.
Por fim, quanto às características pessoais, devemos nos lembrar de que alguns de nós têm hábitos mais noturnos, outros, hábitos mais matutinos ou vespertinos, e isso influenciará nosso desempenho a depender dos horários que disponibilizamos para cada tarefa (Almondes, 2006). Refletir sobre isso e observar a nós mesmos pode nos levar a tomar decisões mais racionais, por exemplo, se estamos em dúvida sobre estudar até mais tarde ou acordar mais cedo para estudar. As pessoas também têm necessidades diferentes quanto a tempo de sono (umas precisam de mais horas de sono, outras de menos horas). As pessoas que precisam de mais horas de sono devem enfrentar o problema de um dia mais curto tomando decisões e, eventualmente, terão de compensar o maior tempo de sono pela redução do tempo de alguma outra atividade para não prejudicar o tempo de estudo. Já pessoas que dormem menos terão de enfrentar um dia mais longo, o qual pode ser mais estressante e cansativo caso essa pessoa o preencha apenas com atividades de trabalho.
Uma indicação prática muito importante é que, de modo geral, todos têm um limite de tempo em que conseguem se manter concentrados em uma mesma tarefa e, portanto, nosso aproveitamento nos estudos é dinâmico e varia com o tamanho do intervalo de tempo que permanecemos concentrados. Assim, é recomendável dosar esse tempo a fim de garantir eficiência. Precisamos ainda considerar a natureza da tarefa que planejamos. Por exemplo, existem tarefas que não podem ser interrompidas, não podem ser fracionadas de modo a comportar intervalos. Um cálculo geralmente é algo que, uma vez começado, deve ser terminado, sob pena de termos de recomeçar todo o trabalho caso tenhamos de o interromper. Assim acontece com alguns tipos de leituras e algumas espécies de atividade prática.
Uma outra dica prática, com base no que já dissemos, se refere especificamente à maneira como organizamos nossas agendas e rotinas que devem ser observados pelo seu efeito positivo sobre nossos resultados. Estamos nos referindo à prática distribuída de estudo. Esta é uma técnica que, comprovadamente, demostrou sua eficácia em melhorar o desempenho de estudantes e contribuir positivamente para a aprendizagem de qualidade (Dunlosky e cols., 2013). O que sabemos é que um cronograma com intervalos entre as sessões de estudo produz melhor resultados do que quando as sessões de estudo são concentradas. Parece haver uma tendência de estudarmos apenas nas vésperas de uma avaliação. Acumulamos o conteúdo e fazemos uma prática de estudos intensiva e concentrada logo antes de sermos avaliados. Alguns chamam essa prática de procrastinação. É mais eficaz, melhora a nossa aprendizagem, se distribuímos as sessões de estudo preparatório da seguinte maneira: o tamanho do intervalo entre uma sessão de estudos e outra deve ser algo entre 10 e 20% do prazo até o dia em que nossa aprendizagem será avaliada. Por exemplo, se faremos um teste no prazo de 10 semanas, o ideal é que o intervalo entre as sessões de estudo esteja entre 1 e 2 semanas. Se faremos um teste em 10 dias, o ideal é que as sessões de estudo ocorram diariamente ou de 2 em 2 dias. O tamanho das sessões de estudo deve variar com a quantidade de conteúdo que temos de dar conta. O importante é não concentrar o esforço nos últimos momentos antes de uma avaliação.
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Mais uma dica prática: como sugerimos que tanto a agenda semanal (a matriz de dupla entrada já mencionada) como o nosso calendário estejam expostos em nosso ambiente de estudo, eles devem ter sobre nós um impacto visual facilmente legível, de informação fácil e rápida de recuperar (isso é algo indispensável para a gestão de nosso tempo de estudos!). Uma recomendação adicional é que usemos cores ou símbolos para indicar diferenças importantes quanto à natureza da tarefa, por exemplo, ou sua dificuldade, ou quão próximo está de que o prazo se cumpra.
Até aqui, talvez algumas objeções tenham surgido. As recomendações sobre arranjo do espaço e manejo do tempo de estudo podem parecer impraticáveis por várias razões: se não dispomos de controle sobre esse ambiente, se a nossa agenda é, em grande medida, determinada por fatores sobre os quais não temos poder algum. De fato, em certas situações, algumas recomendações serão impossíveis de realizar, mas não todas. O fato é que o nosso ambiente de estudo sempre pode ser melhorado e, para isso, podemos usar essas recomendações. Uma dificuldade que sempre podemos e devemos enfrentar é aquela da incompatibilidade de nossos hábitos já arraigados com os novos arranjos recomendados. Para isso, devemos contar com a motivação advinda do fato de que essas recomendações são:
(a) produto da experiência acumulada de uma comunidade de pessoas que empreende esforços conscientes por melhorar as próprias técnicas de estudo;
(b) são racionais no modo como relacionam os diversos fatores que influenciam os resultados das práticas de estudo;
(c) podem ser facilmente aferidas ou verificadas em seus resultados. Assim, espera-se que essas recomendações sejam ao menos testadas. Não apenas isso, espera-se que elas contribuam para melhorar a experiência de estudo, de modo a torná-lo mais proveitoso.
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Referências Bibliográficas
Almondes, K. M. (2006). Tempo na psicologia: contribuição da visão cronobiológica à compreensão biopsicossocial da saúde. Psicologia: ciência e profissão, 26(3), 353-359. https://dx.doi.org/10.1590/S1414-98932006000300002.
Bronzaft, A. L. (2002). Noise pollution: a hazard to physical and mental well-being. In R. B. Bechtel & A. Churchman (Eds.), Handbook of Environmental Psychology (499-510). New York: Jon Wiley & Sons, Inc.
Cavalcante, S., & Elias, T. F. (2011). Apropriação. In S. Cavalcante & G. Elali (Eds.), Temas Básicos em Psicologia Ambiental (63-69). Petrópolis, RJ: Vozes.
Dunlosky, J., Rawson, K. A., Marsh, E. J., Nathan, M. J., & Willingham, D. T. (2013). Improving student’s learning with effective learning techniques: promising directions from cognitive and educational psychology. Psychological Science in the Public Interest, 14(1), 4-58.
Figueiredo, E. (2005). Ambientes laborais: espaços de trabalho em context organizacional. In L. Socza (Ed.), Contextos Humanos e Psicologia Ambiental (337-379). Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.
Graetz, K. A. (2006). The psychology of learning environments. In D. G. Oblinger (Ed.), Learning Spaces. Educause Retirado de http://www.educause.edu/learningspaces
Texto: Hugo Matias - Pai Educador.
Revisão: Bárbara Guinalz - Equipe Educalar
Imagem: Canva Educalar
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